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Sistema imunológico - O perigo mora no prato


 

Sistema imunológico - O perigo mora no prato

Sistema imunológico está ligado a reações adversas aos alimentos tanto no caso das alergias quanto no caso da doença celíaca, que é autoimune.

Tomar sorvete gelado em um dia de calor e comer pizza com os amigos são sinônimos de prazer para muita gente. Mas, para algumas pessoas, são causa de transtorno. De acordo com o médico Antônio Carlos Pastorino, membro do Departamento Científico de Alergia da Sociedade Brasileira de Pediatria, estima-se que entre 2% e 3% dos adultos no mundo sofram com alguma alergia alimentar – e o número pode saltar para cerca de 40% quando o assunto são as intolerâncias a algum tipo de alimento.

As intolerâncias são caracterizadas pela incapacidade do organismo de digerir determinados alimentos ou aditivos alimentares, devido à ausência de alguma enzima necessária. Como regra, não envolvem o sistema imunológico. A exceção é a doença celíaca, processo autoimune desencadeado pela ingestão de glúten.

Já as alergias necessariamente envolvem o sistema imunológico, que combate o alimento como um agente agressor, como destaca a médica Renata Cocco, coorde - nadora do Departamento Científico de Alergia Alimentar da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia. “As alergias representam uma resposta anômala a proteínas dos alimentos, com quadro clínico que varia de reações cutâneas locais até quadros mais sérios de anafilaxia, que é uma reação alérgica grave, de instalação rápida e que pode levar à parada cardíaca.”

Os sintomas surgem até duas horas depois da ingestão e incluem manchas na pele, urticária, rouquidão, tosse, respiração difícil ou ruidosa, irritação nasal ou ocular, asma ou inchaço da laringe, dor abdominal, diarreia, dificuldade para deglutir, náuseas, vômitos e inchaço de lábios e língua.

Pastorino afirma que o problema atinge cerca de 3% dos adultos, e 7% da população quando se considera a população pediátrica: “O sistema imunológico do intestino é mais imaturo nas crianças e tende a melhorar com a idade. Até 80% das crianças alérgicas às proteínas do leite de vaca têm o problema resolvido por volta dos 5 anos”. A alergia às proteínas do leite é uma desordem complexa relacionada aos diversos constituintes do alimento – inclusive caseína e whey (ß-lactoglobulina e a-lactoalbumina) – e envolve anticorpos (IgE) e células inflamatórias. Pode acarretar reações gastrintestinais, de pele, respiratórias ou sistêmicas.

Renata Cocco completa: “As alergias a leite, ovo, soja e trigo geralmente se iniciam na infância e são remitidas espontaneamente, mas itens como amendoim, peixes, cas - tanhas e frutos do mar são tipicamente persistentes, independentemente da idade de início dos sintomas”.

Doença Celíaca

Na doença celíaca (enteropatia crônica), as células de defesa imunológica agridem o próprio organismo em indivíduos geneticamente predispostos, causando um processo inflamatório intenso no intestino delgado. Essa inflamação é incitada pela exposição ao glúten. Em alguns casos, a inflamação é tão severa que destrói as vilosidades da mucosa do órgão, responsáveis pela absorção de gorduras, proteínas e vitaminas.

“Língua esbranquiçada, parte superior da barriga estufada, anemia, queda de cabelo, constipação intestinal e dores pelo corpo são alguns dos sintomas”, elenca a nutricionista Edvânia Soares de Souza, de São Paulo (SP). O paciente também pode apresentar emagrecimento, diarreia com esteatorreia, flatulência, cólicas abdominais, carência de ferro, ácido fólico e vitamina B12, osteopenia (ossos fracos) por carência de cálcio e vitamina D, além de sangramentos por deficiência de vitamina K. A doença celíaca pode ser desenvolvida em qualquer fase da vida, sendo mais comum em crianças ou em adultos após os 30 anos.

Cuidados

Por serem doenças sem cura, o tratamento passa primeiramente pela exclusão do alimento, temporária ou definitivamente. “Nos episódios mais graves, com risco de vida, mesmo traços de alimentos ou a presença em produtos de higiene, pomadas e medicamentos podem trazer risco”, diz Antônio Carlos. “Por exemplo, o caseinato, quando presente em um alimento ou medicamento, está contraindicado para alérgicos à proteína do leite.”

Nesse sentido, as farmácias de manipulação têm grande importância por poderem preparar medicamentos e produtos isentos de componentes com potencial de desencadear a reação alérgica ou autoimune para essas pessoas. “É preciso que esses itens sejam preparados e embalados em áreas separadas, com garantia de não haver qualquer traço de substâncias potencialmente problemáticas. Da mesma forma, é necessário especificar exatamente o conteúdo de cada produto para a segurança dos pacientes mais graves”, ressalta o médico.

Ao receber a prescrição, a anamnese e a atenção farmacêutica realizadas pelo farmacêutico magistral fazem a diferença. Na escolha dos excipientes e adjuvantes de medicamentos e produtos para outras doenças, o profissional pode investigar a origem do excipientes e adjuvantes empregados e escolher os mais seguros.

Além da exclusão total do alimento prejudicial, é fundamental buscar formas de combater os sintomas da doença para garantir a qualidade de vida e saudabilidade das pessoas portadoras do problema, como afirma Edivânia Soares.

Em paciente celíacos, é normal ocorrerem deficiências como de ferro, ácido fólico, vitamina B12 e cálcio. Por isso, pode ser benéfica a suplementação de lactobacilos, vitaminas do complexo B, ferro, biotina e aminoácidos, além de enzimas digestivas com ação proteolíticas e anti- -inflamatórias. A exemplo, temos a papaína e a bromelina. Entre os probióticos, são interessantes: Bifidobacterium breve, Bifidobacterium infantis, Bifidobacterium longum, Lactobacillus crisptus, Lactobacillus curvatus, Lactobacillus jonnsonni, Lactobacilus paracasei, Lactobacillus rhamnosus e Sacharomyces boulardii.

Para crianças diagnosticadas com alergia às proteínas do leite, no intuito de alcançar as necessidades dietéticas, são recomendadas formulações à base de soja, formulações extensivamente hidrolisadas de caseína ou whey (eHFs), formulações baseadas em aminoácidos e formulações à base de proteína de arroz. Todos esses são também alternativas de veículo nas preparações magistrais. Estudos mostram que o tratamento com Lactobacillus rhamnosus associado à fórmula de caseína extensamente hidrolisada aumenta a resolução dessa alergia, se comparado com o uso da fórmula hidrolisada isolada

 

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