Conhecida pelas lesões cutâneas, a psoríase é uma patologia autoimune que requer tratamento sistêmico.
A socialite Kim Kardashian ultimamente tem abordado em suas redes sociais sobre a doença de pele que é portadora. Além de postar fotos de suas pernas e rosto cheia de lesões, também costuma a relatar como ela lida com a Psoríase. Em fevereiro postou uma foto de uma de suas pernas com as lesões que tanto a incomoda. A seguir, conheça mais sobre a doença da socialiete mais famosa do mundo.
O que é Psoríase?
A psoríase é uma patologia crônica que se manifesta sobretudo pela inflamação da pele e das unhas, mas pode afetar também as articulações. Os sintomas mais característicos são lesões eritematodescamativas – vermelhas, ressecadas e com descamação no cotovelo, joelho ou couro cabeludo. Em 30% dos casos, os pacientes também têm alterações nas unhas. Na situação mais grave (psoríase eritrodérmica), mais de 70% do corpo é tomado, podendo levar à internação.
Os linfócitos dos pacientes com psoríase comportam- -se como se as células da pele fossem agentes intrusos. Isso estimula a produção de novas células para substituir as que foram lesadas, causando uma rápida proliferação do novo tecido. Como as células mortas não são eliminadas tão rapidamente, a pele começa a ficar mais espessa, pois as novas camadas empurram as antigas para a superfície.
A psoríase ocorre em qualquer idade e em todas as raças, mas tem maior prevalência em adultos jovens caucasianos. Quando surge antes dos 30 anos, costuma ter um prognóstico pior. Além disso, algumas condições favorecem o aparecimento: sobrepeso, diabetes, hipertensão, alcoolismo, tabagismo e HIV
Embora seja uma doença associada a um quadro dermatológico, ela requer uma compreensão global. Nas palavras do clínico e dermatologista especialista pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, Danilo Chiaradia Finamor, de São Paulo (SP), “é uma doença autoimune, sistêmica, inflamatória, crônica e progressiva”.
Tratamento da psoríase
Apesar de incurável, com o tratamento a psoríase pode passar períodos prolongados de remissão. Manter a hidratação é essencial, e o dermatologista destaca a importância de se combater os radicais livres. É também essencial avaliar a qualidade de vida do paciente, considerando aspectos como atividade física, sono e o quadro psicológico como um todo: ansiedade, irritabilidade e estresse aumentam a fisiopatologia e podem promover a reativação da doença. “Os períodos de reagudização estão relacionados a esses fatores; é uma relação biológica, que aumenta a produção de citocinas inflamatórias, responsáveis pela piora do quadro”, alerta. O paciente ainda deve evitar traumas na pele e a exposição prolongada ao sol, além de estar atento a eventuais alterações hormonais.
Principais indicações
Dependendo da gravidade, o médico pode lançar mão de diferentes terapias. Nas formas leves, a aplicação de produtos tópicos é suficiente. O tratamento com cremes e loções hidratantes que contenham substâncias ceratolíticas, emolientes ou umectantes contribui para o alívio em qualquer estágio da psoríase. Quando o quadro é moderado ou grave, pode-se somar a abordagem sistêmica e a fototerapia.
Em alguns casos, o alcatrão de Hulha, conhecido como coaltar, e seu derivado Liquor Carbonis Detergens (LCD) também são úteis na forma de xampu, creme e loção. Já o tacrolimus tópico tem efeito imunomodulador. Cremes e pomadas com corticoides (dipropionato de betametasona, propionato de clobetasol e dexametasona acetato) reduzem a inflamação da pele e são indicados de acordo com a potência do corticoide e a necessidade do paciente. Por sua vez, os corticosteroides sistêmicos são contraindicados pelo risco de efeito rebote e agravamento da doença.