“Uso de nutracêuticos aliados a fármacos tradicionais é caminho para pacientes de doenças neurodegenerativas sem cura”
Por mais qualidade de vida
Se, por um lado, o aumento da expectativa de vida demonstra os avanços da medicina e dos cuidados com a saúde de maneira geral, o fenômeno também traz preocupações quanto à saúde do cérebro da população envelhecida, ameaçada pela alta prevalência das doenças neurológicas. Dada sua relevância social, o tema foi es - colhido há dois anos para guiar uma campanha realizada pela World Federation of Neurology no Dia Mundial do Cérebro (22 de julho). De acordo com a instituição, mais de 30% das pessoas acima dos 80 anos de idade sofrem de doenças neuroló - gicas. Atualmente, a população com faixa etária superior a 60 anos já equivale a 12% do total mundial – ou 800 milhões de pessoas –, sendo que a expectativa é de que em 2050 esse número chegue a 2 bilhões. Nesse contexto, um dos grandes desafios é a incidência do declínio cognitivo, que provoca a redução de habilidades intelectivas como memória, capacidade de comunicação, atenção, orientação no tempo e no espaço, e percepção visual.
Homocisteína
Estudos abordam a relação entre o aumento dos níveis de homocisteína no sangue e a incidência de doenças neurodegenerativas. Há indícios de que o composto seja responsável pelo processo inflamatório e oxidativo em pacientes com Alzheimer ou Parkinson, e o aumento de sua concentração está associado à redução dos níveis de ácido fólico e das vitaminas B6 e B12. “A reposição dessas vitaminas em doses adequadas pode reduzir a progressão da doença”, diz Karina.
Alterações nutricionais
Um dos motivos relacionados à menor absorção de vitaminas como a B12, que impacta nos níveis séricos de homocisteína, são as alterações fisiológicas do envelhecimento. “As mudanças interferem principalmente no sistema digestivo, com atrofia da mucosa gástrica, maior tempo de esvaziamento, menor produção de ácido clorídrico e fator intrínseco, colaborando para a menor absorção”, explica Flávia de Sanctis, nutricionista especializada em gerontologia e terapia nutricional enteral e parenteral que atende em São Paulo.
A versatilidade dos nutracêuticos é um ponto positivo. “Substâncias como vitamina E, selênio e coenzima Q10, além de contribuírem como antioxidantes e anti-inflamatórios, apresentam mecanismos que favorecem o controle das doenças de Alzheimer e Parkinson”, afirma a farmacêutica Karina. De acordo com ela, a coenzima Q10 está associada à melhora da função mitocondrial, comprometida nos casos de Alzheimer e, principalmente, nos casos de Parkinson, e promove aumento dos níveis energéticos no cérebro de pacientes acometidos. Já a associação de vitamina E e selênio aumenta a eficácia da coenzima Q10, segundo a especialista.
O que formular?
Suplementação com ácido fólico e vitamina B12 como coadjuvantes nos estados de declínio cognitivo.
Ácido fólico.............................400mcg
Vitamina B12...........................100mcg
Excipiente qsp..........................1 cápsula
Posologia: a critério do profissional habilitado, 1 cápsula via oral ao dia.
Indicação: deterioração da função cognitiva em idosos.
A suplementação de ácido fólico e vitamina B12 pode auxiliar na melhora da recuperação da memória, podendo reduzir o risco de declínio cognitivo.
Ficou com alguma dúvida? Entre em contato pelo whatsapp com a maior equipe de farmacêuticos de MT, 9997-9733.
Fonte: REVISTA DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE FARMACÊUTICOS MAGISTRAIS - ANO 25 - MAI/JUN/JUL/AGO/ 2018 - Nº 113