Na busca por desestigmatizar o senso comum sobre o transtorno, informação e tratamento são os melhores caminhos
Neste ano, o Dia Mundial da Saúde (7 de abril) foi marcado pela campanha informativa sobre depressão. O objetivo foi estimular que as pessoas busquem ajuda. Segundo Humberto Corrêa, professor titular de psiquiatria da Universidade Federal de Minas Gerais, a doença normalmente aparece na terceira ou quarta década de vida: “No Brasil, a principal causa de afastamento no trabalho é a depressão, pois atinge o adulto jovem, em fase produtiva”.
Os principais sintomas são humor deprimido, perda de interesse em atividades antes realizadas com prazer, alterações no sono e no apetite, desânimo e alterações cognitivas como diminuição da atenção, da concentração e da memória, e pensamentos de morte.
Entre aqueles que passaram por um episódio, a chance de uma nova ocorrência é de 50%, enquanto para aqueles que já viveram dois episódios, o índice chega a 75% de possibilidade de um novo. A terceira ocorrência eleva a taxa para mais de 90%.
Diagnóstico e tratamento
Apesar de negligenciada por muitos anos, a depressão é de fácil diagnóstico e tratamento. Talvez o principal desafio seja garantir que o paciente procure ajuda médica, vencendo a apatia e o desânimo. Por isso, o apoio de familiares é muito importante.
Uma vez efetivamente diagnosticada, o tratamento é feito com medicamentos antidepressivos e não há evidências de que exista diferença de eficácia entre eles. A escolha é feita pelo médico, de acordo com o mecanismo de ação e os efeitos colaterais, considerando a individualidade de cada paciente.
Corrêa acredita que o uso de medicamentos magistrais pode ser muito útil, já que oferece formas e dosagens personalizadas. “Principalmente nos casos de crianças, idosos e pessoas com complicações clínicas”, lembra.
O papel da psicoterapia
Nos casos de depressão leve e com a presença de mais sintomas psicológicos que biológicos, o tratamento pode ser realizado apenas com a psicoterapia. “O psicólogo ajuda o paciente a lidar com suas dificuldades e melhorar o comportamento disfuncional, trabalhando os fatores que contribuíram para desencadear a depressão, auxiliando na elaboração da desesperança, da falta de motivação e da tristeza, além de trabalhar pensamentos distorcidos, tendo, assim, uma diminuição do sofrimento e a melhora na qualidade de vida”, afirma a neuropsicóloga Ghina Machado, de São Paulo. “O mais importante é procurar um bom profissional e estabelecer uma relação de confiança, independentemente da abordagem com que o psicólogo atue”, completa.
Uma nova possibilidade
Estão sendo desenvolvidas pesquisas sobre o uso de cloridrato de cetamina para casos de depressão severa, principalmente quando há pensamento suicida. Apesar dos estudos clínicos, a indicação terapêutica ainda não foi aprovada pela Anvisa, que indica o uso apenas como anestésico intravenoso.
O QUE FORMULAR?
5-hidroxitriptofano.........................100mg
Excipiente qsp..........................1 cápsula
Posologia: para insônia e depressão, 1 cápsula ao deitar a critério médico. Indicações: como terapêutica complementar em distúrbios depressivos, fadiga crônica, insônia e fibromialgia.
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Fonte: BATISTUZZO, J.A. et al. Formulário Médico-farmacêutico, Atheneu, 5ªed., São Paulo, 2015.