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DERMATITE ATÓPICA: Controle na hidratação


 

DERMATITE ATÓPICA: Controle na hidratação

Lesões inflamatórias que acometem especialmente crianças podem ser contidas com medicamentos e, especialmente, hidratação tópica personalizada.

A dermatite atópica – uma inflamação crônica da pele que provoca eczemas e prurido – é aquela que tem origem sistêmica e ocorre em pessoas atópicas, predispostas geneticamente a desenvolver alergia a múltiplos alérgenos, como produtos, alimentos e poluentes. Esses indivíduos apresentam também maior incidência de asma brônquica e rinite alérgica.

As principais áreas afetadas são costas, braços e pernas, e é durante a primeira infância que a doença se manifesta originalmente em 60% dos casos. O curso natural é melhorar na adolescência, mas uma parcela dos pacientes continua com o incômodo na vida adulta.

A dermatite atópica é acionada por meio de uma reação imunológica, geralmente com histórico familiar e fatores ambientais e emocionais conjugados. Alterações na barreira cutânea também desencadeiam a inflamação. “A pele perde a função de barreira e fica mais seca que o normal, provocando pruridos e outras lesões, como escamas, crostas, edema e eritema. O ato de coçar diminui ainda mais a resistência às bactérias e propicia infecções”, descreve o dermatologista de São Paulo (SP) Samuel Mandelbaum, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.

Medicamentos

Pode ainda ser necessário lançar mão de medicamentos. Nesses casos, usam-se corticosteroides tópicos, imunomoduladores tópicos e anti-histamínicos orais, sempre considerando a faixa de segurança de cada um. “As principais drogas de uso tópico são os corticosteroides de baixa a média potência, como hidrocortisona, desonida, furoato de mometasona e valerato de betametasona. Outra opção tópica é o tacrolimus em forma de pomada, que reduz os sinais de inflamação, a gravidade e o tempo de aparecimento de novas lesões”, relata Carolina Contin.

É importante lembrar que a pele infantil – especialmente bebês e neonatos – é mais permeável que a dos adultos, e o uso de corticoides tópicos pode ocasionar efeitos sistêmicos, trazendo risco de toxidade. Por isso a potência do corticoide, a espessura da pele e o tempo de uso devem ser avaliados. Em pacientes adultos, quando corticoides forem necessários por períodos longos, o ideal é usar um de maior potência por período curto, seguido por outro de potência mais baixa para evitar rebote. O tacrolimus tópico só é indicado a partir de dois anos de idade e, nos adultos, está reforçada a indicação de proteção solar.

Ainda segundo a dermatologista, quando o quadro é mais grave os imunossupressores também devem ser considerados, pois diminuem a resposta imunológica exacerbada na crise. Os mais usados são os corticosteroides sistêmicos, como o metotrexato, diz.

O dermatologista Samuel Mandelbaum também indica anti-histamínicos de uso oral, visando diminuir o prurido. “Anti-histamínicos tópicos nunca devem ser usados, pois há risco de sensibilizações e alergias”, complementa. “As fórmulas manipuladas são indicadas quando há necessidade de ajuste de doses orais, de concentrações em medicamentos tópicos ou de personalização de produtos”, afirma. Os pacientes (e pais, no caso de crianças) devem ser orientados sobre os efeitos colaterais do tratamento e da necessidade do acompanhamento adequado. 

Solução na hidratação

Em alguns pacientes, o prurido é constante e incontrolável: quanto mais o paciente coça, pior ficam as lesões. Por isso a hidratação é essencial para o controle. Ela deve ser feita tanto pela ingestão constante de água, quanto pelo cuidado com a pele. “O banho deve ser de frio a morno e rápido, com sabonete especial e sem esponja. O hidratante emoliente deve ser usado em toda a pele logo após o banho”, orienta a dermatologista do Sabará Hospital Infantil, em São Paulo (SP), Carolina Contin.

Nessa área, a farmácia de manipulação se destaca, preparando formulações específicas para cada pele. A integridade da barreira cutânea pode ser restaurada com a aplicação de hidratantes compostos por combinações variáveis de emolientes, umectantes e substâncias oclusivas.

Os emolientes (ex.: PCA-Na hidroviton, hydrovance, lactato de amônio e ureia) preenchem os espaços entre as células da camada córnea, mantendo a hidratação. Os umectantes (ex.: ácido hialurônico, colágeno, elastina, fucogel, glicerol, sorbitol e pentaglycan) aumentam a hidratação da camada córnea, preservando a estrutura. Já as substâncias oclusivas (como os óleos vegetais, a exemplo dos de uva, amêndoas, macadâmia, rosa mosqueta, abacate, pêssego e cereja; as manteigas de manga, cacau, cupuaçu e karite; e o vegelip-6) formam um filme hidrofóbico sobre a epiderme que retarda a evaporação da água e a penetração de agentes irritantes.

O hidratante ideal para uma pele atópica deve ser isento de fragrância, conservantes e substâncias sensibilizantes, diminuindo o número de crises agudas e dando mais conforto ao paciente.

Homeopatia

Também com foco personalizado, a homeopatia mostra resultados no longo prazo. “Não há um único medicamento homeopático que sirva para todo paciente com dermatite atópica. O que existe é a busca de um tratamento que cubra os sintomas daquele indivíduo”, explica a farmacêutica homeopata Amarylis de Toledo Cesar, doutora em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo. Segundo ela, a homeopatia apresenta algumas vantagens. “O corticoide controla a doença, mas, como se trata de uma doença crônica, o uso prolongado leva a efeitos colaterais importantes. A homeopatia pode auxiliar o paciente no controle persistente da doença sem efeitos colaterais adicionais”, diz

Entre os medicamentos mais usados, a especialista cita aqueles à base de Arnica montana, Apis mellifica Aconitum e Dulcamara. “A dose média é de cinco gotas ou glóbulos, três vez ao dia, podendo ser mais frequente no início e mais espaçado na sequência”, orienta a farmacêutica.

Nutrição

A alimentação e a nutrição também podem interferir na dermatite atópica. “Alergias alimentares podem ser um fator desencadeante em até 30% dos casos na infância, já que ativam o sistema imunológico. Além disso, alimentos mais pró ou anti-inflamatórios podem alterar a manifestação dos sintomas”, explica a nutricionista Dafne Oliveira, que atua em São Paulo (SP).

Segundo ela, os principais alérgenos envolvidos na dermatite atópica infantil são ovo, leite, trigo, soja e amendoim.

“Por isso recomendo a retirada desses alimentos da dieta de crianças, caso haja comprovação diagnóstica de alergia”, afirma. Além disso, recomenda evitar alimentos ácidos e pró- -inflamatórios, como sal, açúcar refinado, queijos processados, sorvete, carne de boi, lagosta, farinhas refinadas, frituras e embutidos. “Na outra ponta, estimulamos os pacientes a consumirem alimentos anti-inflamatórios, como ameixa, lentilha, semente de abóbora, cebola, rabanete, batata-doce, brócolis, abacaxi, melão, tangerina e nectarina”, cita.

Em adultos, a suplementação de ácidos graxos essnciais, especialmente o ômega 6, pode auxiliar na melhora dos sintomas, pois a deficiência promove alteração marcante na pele, levando ao ressecamento, à descamação, ao eritema e a outras manifestações da inflamação. Outros nutrientes antioxidantes também são benéficos na suplementação auxiliar, como betacaroteno, vitamina D, vitamina E e selênio elementar.

 

 

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