Alopecia Areata: Doença inflamatória que causa perda de cabelos em áreas delimitadas tem várias formas de tratamento
Sem aviso, o cabelo começa a cair e formar áreas circulares ou ovais. Pode haver perdas maiores e até ocorrer em outras áreas: sobrancelhas, cílios, barba e pelos pubianos. É a alopecia areata, afecção crônica que atinge de 1% a 2% da população, sem distinção de sexo, com pico de incidência entre os 15 e os 29 anos. O primeiro episódio dessa dermatose inflamatória geralmente ocorre antes dos 20 anos em aproximadamente 60% dos pacientes. Diversos genes tornam a pessoa susceptível. Eles interagem com fatores ambientais, como o estresse ou a presença de microrganismos, para disparar uma resposta imunológica anômala que lesa os folículos pilosos.
“Razões emocionais e traumas físicos podem atuar como agentes desencadeantes ou agravantes”, diz a dermatologista Ludmila Pedrosa, formada pela Faculdade de Medicina de Ciências Médicas de Minas Gerais e membro da International Society of Dermatology. Ela explica que não há como prevenir a doença. “Mas o controle do estresse e da depressão pode ajudar a evitá-la.”
A boa notícia é que o cabelo cresce novamente, porque os folículos pilosos não são destruídos, apenas inativados, só que há tendência a recorrências. Pois é, a doença pode voltar várias vezes, seguida de recuperação parcial ou total dos fios perdidos. Há casos de pacientes com queda num local e crescimento em outros. As opções terapêuticas variam de acordo com a extensão do problema.
“Formas localizadas podem ser tratadas com corticoide tópico em loção ou creme. Em casos resistentes, infiltração de corticoides”, afirma a médica. Ela explica que também podem ser usadas antralina tópica, fotoquimioterapia, minoxidil tópico e imunossupressores sistêmicos, como o metotrexato. “Na alopécia areata universal (quando todos os fios são perdidos, inclusive cílios, supercílios e pelos do corpo), o uso de corticoterapia sistêmica pode ser necessário.”
O farmacêutico especialista em Cosmetologia Lucas Portilho, de Campinas (SP), lembra também da latanoprosta, medicamento que mostrou resultados significativos para a alopecia areata dos cílios. “A opção de tratamento deve ser realizada pelo dermatologista em conjunto com o paciente. Os tratamentos visam controlar a doença, reduzir as falhas e evitar que novas surjam. Eles estimulam o folículo a produzir cabelo novamente e precisam continuar até que a doença desapareça”, afirma.
Sob medida
Ludmila Pedrosa vê uma ajuda e tanto na manipulação de medicamentos pela possibilidade de se mesclar diferentes ativos na mesma formulação, realizar ajustes de dose e optar pela forma farmacêutica mais adequada em cada caso.
Lucas Portilho aponta ainda mais vantagens da personalização. Ele esclarece que outro componente do medicamento que pode ser alterado é o excipiente ou veículo, definido como uma substância mais ou menos inerte, adicionada à prescrição para conferir consistência adequada ou forma especial ao medicamento. Podem-se buscar formulações suaves e sem propelentes, além de veículos não irritantes e que não causem ressecamento capilar.